Jack

Por Os Cães do Parque


É quase uma tradição, que todos os protetores de animais conhecem muitíssimo bem: começo de ano é época de se encontrar muitos animais abandonados. É certo que alguns cães surgem vagando pelas ruas nessa época por terem fugido de casa, assustados com os fogos na noite de Reveillon. Mas muitos outros são cruelmente abandonados por pessoas que, ao saírem de férias, preferem simplesmente descartá-los a encontrar alguém que cuide deles até que regressem.

No parque não é diferente. Foi na época das festas de fim de ano de 2010 e das férias de Janeiro de 2011 que surgiram por lá alguns novos personagens, como o Barney, o Léo e as irmãs Nina e Carolina, todos cães adultos e aptos, desde que monitorados, a viverem por lá, embora longe das condições ideais. 

Mas no dia 02 de Janeiro, misturado a cachorrada residente e aos novos moradores, topamos com uma cachorrinho branco e magrinho, que não teria a mais remota condição de sobreviver por ali. Era um mestiço de poodle ainda filhote, de não mais que 5 ou 6 meses, muito judiado, com o pelo mal cortado a tesoura e com feridas nas orelhas e nas pernas. Alegre e bobinho, havia se empanturrado de restos de comida que alguém deixara para os cães e tinha aquele ar com o qual os cachorros ficam quando se sentem soltos e quando tudo parece novidade: certamente havia sido deixado ali naquele mesmo dia, talvez a poucas horas.

Era frágil e inocente demais e, com um bom trato, seria facilmente adotado. Decidimos levá-lo.

Ainda no caminho, no carro, foi batizado pela Soraia de "Jack" e, para agradecer, vomitou no colo dela toda a porcaria que havia comido no parque.

Jack precisou de 3 semanas para estar em condições de ser adotado. Teve o pelo tosado para que pudesse ter as dermatites tratadas, foi esterilizado, ganhou um pouco de peso.

Depois disso, como esperado, acabou sendo uma das adoções mais rápidas entre as que promovemos: na mesma noite em que foi anunciado no twitter, a Luana entrou em contato com a convicção de quem realmente deseja adotar. 

Preenchidas todas as formalidades e por ela morar bem perto de nós, não houve qualquer impedimento para que já no dia seguinte, 23 de Janeiro de 2011, o Jack chegasse ao seu novo lar.

E foi uma adoção perfeita: mostrou-se extremamente zelosa, nova "mãe" do Jack. Diferente dos rústicos vira-latas, cachorrinhos com essas características (principalmente pelo longo) necessitam de cuidados, em especial com a higiene.

Certamente muito mimado, o primeiro resgatado do parque em 2011, pelo que sabemos, está muitíssimo bem e sequer se lembra que, por um único dia em sua vida, esteve abandonado.


Agradecimentos a poderosa twitter @vanifacts, cujo auxílio na divulgação, proporcionou que o Jack e a Luana se encontrassem.

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