Guto

Por Os Cães do Parque

O cachorrinho poodle apareceu em uma área do parque no final de Julho de 2012, nunca se saberá se abandonado ou fugido de alguma casa da região. Apesar de sujo e maltratado, estava saudável. Cartazes com a foto dele chegaram a ser espalhados por lá na tentativa de que o dono fosse localizado, sem sucesso.

Quem o abrigou e o preparou para adoção, foi a Natália Almeida, que é funcionária da Secretaria de Meio Ambiente, trabalha no parque e, há algum tempo, acompanha e apoia o nosso trabalho. Nós só entramos em campo na hora de divulgar sua adoção.

Natália e Guto

Para ajudar a divulgar o sujeitinho felpudo, o de sempre: anúncio com fotos e um vídeo clipe, que correu pelos blogs e redes sociais.

O vídeo clipe do Guto

O parágrafo a seguir, destina-se apenas a ser um pequeno desabafo que desejo compartilhar exclusivamente com os colegas da proteção de animais, que me compreenderão com exatidão. Se não for o seu caso, não leia, ok?

Vocês sabem bem o que significa anunciar para adoção (de graça! de graça!) um cão "de raça", não sabem? Ainda mais um dessa raça, que alguns grafam de formas diferentes ("púdo", "pudol", "poodul"). Pois bem, para não me estender muito, só vou contar que li e ouvi algumas vezes a pergunta "mas tem que pagar alguma coisa?" e outros que insistiam para saber onde era o endereço para "retirar" o cão. Também vou contar que recebi pelo menos uma ligação a cobrar de um telefone público de alguém que queria de todo jeito ter aquele cachorro.

Ok, fim do parágrafo, abafem o caso, voltemos à história.

Guto teve pelo menos 40 interessados em menos de duas semanas. Mas ele só precisava de uma adoção: uma adoção que fosse adequada, por pessoas com condições de lhe darem o tratamento correto, com paciência para seu temperamento meio chatinho, com um bom espaço e que, sobretudo, vissem nele um cachorro - e não um bichinho de pelúcia, branquinho e fofinho.

A Janes e o Roberto, um casal do município de Jandira (SP) apareceram com todas essas condições e com muita convicção em realizar a adoção - e no dia 26 de Agosto de 2012, o levaram para morar com eles.

O Guto não faz a mais remota ideia do que é ser um cão "de raça": ele é apenas mais um cachorrinho, brincalhão, meio temperamental, que adora correr atrás de bolinhas e roer coisas. Na casa nova, pelo que sabemos, ele está indo muito bem.