Hanna

Por Os Cães do Parque


A cachorrinha magrinha foi a última a aparecer e se fixar no parque e por lá ficou pouquíssimo tempo: pouco mais de um mês. Por sua idade aparente (7 ou 8 meses), era certo que entraria no cio logo. Pelo menos castrá-la era urgente. Mas, por ser ela jovem, simpática e amável, poderia com toda a certeza conseguir uma boa adoção.


Hanna, como foi batizada, deixou o parque público no final de Março de 2012 e não voltou mais: foi castrada, vacinada e aguardou em lar temporário por sua adoção, que aconteceu pouco mais de duas semanas depois.


No dia 14 de Abril de 2012, a Hanna foi adotada pela Kathryn e foi morar bem longe do parque. Ela foi recebida numa casa grande e bonita, onde terá a companhia de outros três amigos caninos, todos adotados.

Estar todos os dias no parque e monitorar os cães lá fixados é o que nos permite saber quem eles são, quando surgiram, o que comem, que hábitos e que temperamento têm, em que áreas costumam estar e - em consequência dessas observações - que tipo de adoção é preciso conseguir para eles.  

Essa maneira de conduzir o processo, somada a entrevistas criteriosas com os candidatos a adoção, é o que faz com que praticamente não tenhamos adoções mal sucedidas em quase dois anos de atuação continuada.

O parque estadual onde atuamos, em Abril de 2012, talvez nunca tenha tido um número tão pequeno de cães fixados: são apenas nove, a maioria deles ali há anos, alguns já velhinhos e vivendo na condição de 'cães comunitários' há muito tempo.

Gostaríamos que nenhum outro por lá aparecesse, nem abandonado e nem negligenciado, mas sabemos que, pelo menos por enquanto, isso é impossível. O trabalho que Os Cães do Parque realizam combate apenas o efeito de um problema gerado fora do parque. É necessário coibir a prática do abandono e que se realizem trabalhos junto às comunidades do entorno: ações educacionais e mutirões de castração.

Mas essas ações não estão ao alcance de um grupo de voluntários, elas devem partir do poder público, fazer parte do rol de ações permanentes da Secretaria de Meio Ambiente e conduzidas pelos gestores das unidades florestais.

Parque não é lugar para cachorro morar: cachorro deve viver sob a proteção de pessoas, em suas casas. A Hanna conseguiu.

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